vida e obra de Bocage
Bocage
Importuna Razão, não me persigas |
Importuna Razão, não me persigas; Cesse a ríspida voz que em vão murmura; Se a lei do Amor, se a fôrça da ternura Nem domas, nem contrastas, nem mitigas: Se acusas os mortais, e os não abrigas, Se (conhecendo o mal) não dás a cura, Deixa-me apreciar minha loucura, Importuna Razão, não me persigas, É teu fim, seu projecto encher de pejo Esta alma, frágil vítima daquela Que, injusta e vária, noutros laços vejo: Queres que fuga de Marília bela, Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo É carpir, delirar, morrer por ela. |
Decidi escolher este poema uma vez que, assim como o sujeito, penso que o amor deve ser sentido em todas as suas formas e, por isso, a razão não deve interferir nas suas escolhas. Já que a razão apenas nos entristece, é melhor agirmos tendo em conta as nossas emoções e aquilo em que realmente acreditamos. Este poema diferencia-se de muitos outros visto que não representa o amor de uma forma bela e superficial mas sim mais realista e honesta.
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