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Importuna Razão, não me persigas

Importuna Razão, não me persigas;
Cesse a ríspida voz que em vão murmura;
Se a lei do Amor, se a fôrça da ternura
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas:

Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
Deixa-me apreciar minha loucura,
Importuna Razão, não me persigas,

É teu fim, seu projecto encher de pejo
Esta alma, frágil vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros laços vejo:

Queres que fuga de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.

 


Decidi escolher este poema uma vez que, assim como o sujeito, penso que o amor deve ser sentido em todas as suas formas e, por isso, a razão não deve interferir nas suas escolhas. Já que a razão apenas nos entristece, é melhor agirmos tendo em conta as nossas emoções e aquilo em que realmente acreditamos. Este poema diferencia-se de muitos outros visto que não representa o amor de uma forma bela e superficial mas sim mais realista e honesta. 

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